Carta às entidades sociais de São Paulo – Jorge Caruso

Recebi com pesar e indignação o veto do governador Geraldo Alckmin ao nosso Projeto de Lei 718 que permitia às entidades sociais de São Paulo continuarem a cadastrar o cupom fiscal doado pelos consumidores.

Faço minhas as preocupações dos ativistas sociais e, portanto, com o futuro dos assistidos paulistas mais necessitados que são hoje atendidos pelas entidades: idosos, crianças, moradores de rua, pessoas com deficiência.

Essa última sexta-feira, 02 de fevereiro, deve ser conhecida como a sexta da infâmia, onde 4000 entidades sociais simplesmente não foram ouvidas pelas surdas autoridades do Executivo Estadual, que vetou o nosso projeto aprovado por unanimidade pelo parlamento paulista, que, diga-se, em audiência pública na Assembleia Paulista pode ouvir e entender que o terceiro setor, já combalido, não poderia levar mais esse golpe que subtrai seus parcos recursos sem uma transição na mudança do programa Nota Fiscal Paulista.

A política só é válida quando é para melhorar a vida da população quando ela tem como farol o interesse público, contudo, não cabe numa planilha excel, ela é muito mais que uma conta elaborada que não fecha na realidade do chão e no cotidiano da assistência social de São Paulo. A bem da verdade, o governo estadual toma pra si uma posição tecnocrata à revelia do clamor popular, uma posição onerosa às entidades e, sobretudo, ao povo paulista.

Tenho por mim que a despeito das necessidades que já eram grandes e se tornaram maiores, e por conta dos relatos de entidades que já reduzem seus atendimentos e fecham suas portas, temos que buscar ou a prorrogação da mudança através de um decreto do Executivo – o Governo precisa entender! – ou mesmo a derrubada deste vergonhoso veto pelos meus pares. Essa será a continuação da nossa luta.

Peço resiliência a todos! Com apreço a todos que pela labuta diária fazem o mister de acolher, ensinar, proteger, cuidar e assistir a quem mais precisa.

Jorge Caruso
Deputado estadual